sábado, 5 de dezembro de 2009

Romantismo e Tim Burton


Oi! A partir do dia 20/12 estarei postando mais ativamente no blog. Talvez o que eu escreva aqui já esteja sendo discutido por vocês nos ensaios no Cafofo, mas assim iremos afinando nosso diálogo à distância...

Estou fazendo uma pesquisa sobre o Romantismo para aprofundar um artigo que estou escrevendo para o próxino número do Performance Journal. Penso que nós devemos dar uma olhada neste movimento porque a obra do Tim Burton tem influência de muitas características do período e movimento Românticos.

Dois aspectos me chamam a atenção: o papel do herói e a unificação de características opostas. Em um texto adapatado do A Guide to the Study of Literature: A Companion Text for Core Studies 6, Landmarks of Literature encontrado no link http://academic.brooklyn.cuny.edu/english/melani/cs6/rom.html, há uma passagem no subtítulo The Everyday and The Exotic, que fala da fascinação dos românticos com existências que são anteriores ou opostas ao conceito estabelecido pela razão objetiva. Combinações paradoxais como a unificação do natural e do sobrenatural ou uma alma bela em um corpo feio, são características que se desenvolveram na literatura e artes daquele período. Como variantes desta combinação paradoxal são citados O Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo e Frankenstein, de Mary Shelley.
Podemos pensar em Edward, Mãos de Tesoura, que tem uma clara influência de Franskenstein, mas que também apresenta características do herói romântico. O individual, único e exêntrico são aspectos valorizados pelo Romantismo.

A imaginação passa a ser entendida como faculdade mais importante da mente humana, desafiando o conceito da supremacia da razão, herdado do Iluminismo. A valorização da natureza é também uma característica que marca o movimento, ocorrido durante a Revolução Industrial, na Inglaterra. Símbolos passam a ganhar grande valor na arte romântica por sua riqueza em comunicar sinigficados simultâneos...

E outro aspecto significativo: é durante o Romantismo que as crianças passam a ser compreendidas pela primeira vez, como indivíduos (embora já existam estudos literários que negam essa afirmação, a maior parte das fontes que li, a enfatiza). A inocência das crianças tem grande importância para os Românticos.

Parece-me que várias destas características podem ser encontradas no trabalho de Burton. É provável que existam estudos sobre isso... Irei pesquisar. Também vale dar uma checada no movimento alemão Sturm and Drang que influenciou o Romantismo.
Hoje pela manhã lembrei de O Homem-Elefante (The Elephant Man), de David Lynch. O filme é de 1980 e foi baseado na vida de Joseph Merrick, que viveu de 1862 a 1890.
(Sei que vocês querem concentrar mais no texto do Burton, mas acho que ainda vale um cruzamento de referências.)

Aqui vai o trailer, mas vocês encontram todo o filme em partes, no Youtube:

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